tag:blogger.com,1999:blog-1211969138926230698.post7682085718368893676..comments2020-10-17T15:16:42.130-03:00Comments on Gaveta Verde: O carcará de pés azuisCatarina Cunhahttp://www.blogger.com/profile/11219076729633073826noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-1211969138926230698.post-37620569803961461732009-09-01T18:08:18.192-03:002009-09-01T18:08:18.192-03:00Realmente fantástico. Este conto, curto e seco, co...Realmente fantástico. Este conto, curto e seco, como "sombra de qualquer coisa parada", afasta num simples assoprar "as moscas posseiras do cão esquálido". Isso porque, da aridez do sertão, Catarina Cunha, faz dilúvio. Ou seja, o fluxo da vida continua e o que era imagem estática e monótona se transforma em líquidos e dá sentido ao devir da Natureza. Assim, Catarina consegue sintetizar aqui o ambiente seco de Graciliano Ramos e o simbolismo ôntico de Clarisse Lispector. Ela mesmo adverte que nascer é expulsar "o rebento do paraíso", e assim passar a um mundo duro e cruel. Mas, em outro parágrafo, o Celeste pode levar a criança para "Sua casa" e assim retornar ao Paraíso, como nossos simbolistas queriam: ascender a alma. É um conto seco, mas que se encharca o tempo todo de vida e sublimação. De ida ao céu e retorno à terra, enfim, de fuidez da Natureza.Ivo de Souzahttps://www.blogger.com/profile/06320143960875184819noreply@blogger.com