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O peru de Valdirson

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O contínuo Valdirson ganhou um peru congelado e temperado do pessoal do escritório. Veio com cartão do Papai Noel desejando Feliz Natal e Próspero Ano Novo. Só não dizia o que fazer com aquele bicho. Pegou o trem da Central com o peru pendurado na mochila. Quando começou a pingar o povo pediu para ele desencostar aquele peru gelado e Valdirson achou melhor manter o peru abraçado aos peitos para não incomodar ninguém. Chegando na pensão, onde aluga uma cama, pediu para a senhoria guardar no congelador. Ela não tinha espaço nem no congelador muito menos no coração. Ele pensou o que faria com aquilo, nem família tinha. Acharia alguém para comer o peru com ele. Alguém iria acabar convidando para uma ceia; e ele entraria orgulhoso com o peru. Até ser convidado Valdirson precisa guardar na geladeira se não estraga. Saiu abraçado com a ave sentindo o coração molhado. No boteco do Seu Nonô bebeu um café com leite no pendura e deixou o peru no prego. Ganhou tempo. No dia seguinte não consegui