Queridas latinhas

- Sabe aquele monte de latinhas fedorentas?
- O que tem?
- Estava ocupando muito espaço na estante.
- E?
- É. Vendi.
- Você vendeu a minha coleção de latinhas que junto desde o meu primeiro porre?
- Essa mesma. A estante agora cabe até livro.
- Você enlouqueceu? Não me respeita mais? Jogou toda a minha história no lixo?
- História? Você passou a vida toda de porre; não se lembra de nada mesmo.
- O que você fez com o dinheiro?
- R$25,00? Paguei o salão.
- R$25,00 por 250 latas, dezenas raras e algumas de cervejarias extintas para pagar tinta de cabelo!
- Reciclagem. Palavra de ordem do momento.
- Não posso acreditar, Ester. Todo o nosso amor, carinho, amizade reduzido a R$25,00.
- Menos drama, Abelardo, menos! Foram só umas latas velhas...
- Ester, você não consegue entender, você destruiu tudo que ainda poderia haver entre nós.
- Deixa de besteira homem, sou eu, sua fiel escudeira.
- Não, mulher. Não reconheço mais em ti uma companheira. Estou indo embora traído.
- Não esquece o casaco, está uma arage…
- O que tem?
- Estava ocupando muito espaço na estante.
- E?
- É. Vendi.
- Você vendeu a minha coleção de latinhas que junto desde o meu primeiro porre?
- Essa mesma. A estante agora cabe até livro.
- Você enlouqueceu? Não me respeita mais? Jogou toda a minha história no lixo?
- História? Você passou a vida toda de porre; não se lembra de nada mesmo.
- O que você fez com o dinheiro?
- R$25,00? Paguei o salão.
- R$25,00 por 250 latas, dezenas raras e algumas de cervejarias extintas para pagar tinta de cabelo!
- Reciclagem. Palavra de ordem do momento.
- Não posso acreditar, Ester. Todo o nosso amor, carinho, amizade reduzido a R$25,00.
- Menos drama, Abelardo, menos! Foram só umas latas velhas...
- Ester, você não consegue entender, você destruiu tudo que ainda poderia haver entre nós.
- Deixa de besteira homem, sou eu, sua fiel escudeira.
- Não, mulher. Não reconheço mais em ti uma companheira. Estou indo embora traído.
- Não esquece o casaco, está uma arage…