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Mostrando postagens de novembro, 2010

Festa do Dia D

Amigos leitores, Dia 25/11/2010 foi inesquecível para os cariocas: bombas, tiroteios, carros-tochas, chuva de bala e água. Chamado de dia "D" do Rio de Janeiro. Dia "D" de DEU VACA, meu livro lançado na mesma data em festa deliciosa na editora MULTIFOCO. Nada define melhor o estilo carioca de ser como o frenético caos da última quinta-feira e a coragem de seu povo que insiste em ser feliz. Sammy definiu a noite: "No Rio o bicho estava pegando, tinha tudo para dar zebra, mas Catarina estava com a macaca e Deu Vaca!" Veja o vídeo da festa

Lançamento livro DEU VACA

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Vento carioca

Agenor adora ventania. Basta voar as primeiras folhas para que o apreciador da natureza se instale no banco da praça com seu caderninho. Espera, ansioso, as mulheres de saia serem surpreendidas pela golfada de ar vinda da praia. Para justificar hábito tão erudito, Agenor inventou de escrever uma tese: “A Calcinha Carioca – Cultura e Expressão Oculta”. Trabalho de campo árduo. Brancas de algodão enfiadas no rego, floridas, de bolinhas, calçolas emagrecedoras, transparentes, de moranguinhos, de elástico frouxo, de renda negra, de bichinhos, e até invisíveis que não deixam marcas. E muitas, muitas vermelhas de variados tecidos, tamanhos e idades. Revelação científica: as calcinhas vermelhas são as campeãs sob as saias cariocas. Isso sem contar com as pagadas de cofrinho sob os jeans. Impressionado com a descoberta, Agenor tratou de registrar a tese na Biblioteca Nacional e partiu em busca de um editor visionário. Não pensava em outra coisa e não saia ma

Momento gelo e carteado

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Pitomba passa o dia todo, montado em seu triciclo, indo e vindo na ciclovia vendendo gelo para os barraqueiros da orla de Copacabana. Uniformizado só de bermuda e chinelos, segue feliz labuta sempre cantado funk com estribilho aos gritos de “Olha o gelo nas paradas!!! Tunk, tunk, tunk...”. Numa viagem dessas atropelou uma senhorinha que caminhava em slow motion no meio da ciclovia. Foi velhinha para um lado, gelo para outro e Pitomba no asfalto. Juntou gente rapidinho, convertidas automaticamente em juízes de ocasião: “Velha maluca, quer morrer? Engole as agulhas de crochê!”, “Esses entregadores de gelo são todos homicidas em série!”. A ambulância do Corpo de Bombeiros resgatou os dois no mesmo carro. Foram batendo boca até o hospital. Sendo reservada aos paramédicos a função inglória de apartar as figuras possuídas de razão e hematomas. Ninguém quebrou nada, mas ficaram bem ralados e com escoriações generalizadas. Ele perdeu o g

Cartela padrão

“Quase não sabemos de onde viemos, muito menos para onde vamos.” Nada melhor para começar uma palestra do que uma frase de efeito que não diz coisa alguma. Impressionante, sempre arranca admiração e aplausos. “O processo de gestão exige planejamento estratégico e a quebra de paradigmas...” Outra frase feita. Não posso acreditar que minha empresa pagou inscrição, ponte aérea e hotel para que eu assistisse esse embuste. Antes pagasse minha pós ou mestrado ou um aumento justo. Muito justo. Vamos ver se eu consigo me divertir um pouco com isso para passar o tempo. Se esse executivo empacotado falar mais dez chavões da administração eu fecho uma cartela de bingo. Vamos lá, cara, não me decepcione... “Toda organização precisa de planejamento estratégico através da gestão de projetos. É mister efetuar pesquisa de clima organizacional e mapear o capital intelectual e a inteligência emocional de seus líde