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Mostrando postagens de janeiro, 2014

Chinelo azul

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                   Meio enterrou-me na areia Solar. Recebi a camiseta e a bermuda formando sobre mim um montinho abafado. Pelas tiras vi o homem entrando na água com um mergulho borboleta. Adorava vê-lo entrar no mar e sair nadando em caça deslizante ao jacaré. Depois me entediava e ficava olhando o povo passando de um lado para o outro e as crianças fazendo “castelos de areia” que mais pareciam crateras lunares rodeando dunas de estrume. No cume mais alto um canudo plástico enfiado num envelope de picolé faziam o papel de bandeira da fortaleza. Lá vem um turista ensandecido pelo calor ou pela caipirinha ou por ambos e cai no fosso do castelo. Invasão! Invasão! Gritam as crianças embolando na areia enchendo e as amídalas de areia. Depois corre todo mundo para a água para dar barrigada e sair gargalhando com zumbido nos ouvidos. Penso aqui com as minhas borrachas: essa deve ser a primeira alucinação humana de tantas que virão em suas pandêmicas vidas.             Gosto também do