A cigana leu o teu destino

A cigana coloca as cartas e joga sobre ele um olhar 3 x 4. Coisa boa não pode ser, pensa. - Vejo um manto negro cruzado por um rio de sangue no meio do corpo. Do pescoço uma cascata branca escorre pelo peito. No dedo da rainha assassinada um diamante coberto com sangue. Todas as pedras de vítimas de injustiças viraram rubis. - Ai... - Sorte. Vejo claramente. - Onde? Onde? - Na cabeça. Está bem claro nesta carta aqui. O peso da balança da sabedoria equilibra o corpo. Na mão a espada de fogo com gumes nas duas extremidades. - De quê? - De ida, de volta. Positivo e negativo. Verdade numa ponta e a mentira na outra, ambas ao alcance do livre arbítrio. - Como se segura uma espada com dois gumes? - Pelo meio. Com muito cuidado e os olhos vendados. - Parece perigoso. - E é. Também sem volta. Ao assumir a espada jamais poderá voltar ao reino da inocência. Haverá dias escuros como a noite e noites insones de ideias iluminadas. Em vários momentos terás apenas a sombra de t...