O sofá do Barreto

Barreto ganhou um sofá usado do hotel onde trabalha: cinco lugares, estofamento de couro preto curtido e manchado. Uma belezura. Chamou o cunhado e o vizinho do caminhão, acertou umas cervejas para depois do carreto e partiram os três para pegar o presente do patrão. Aos “ais” carregaram o sofá da recepção do hotel até o caminhão. Mas sabiam da odisséia que estava por vir. Chegando ao conjunto habitacional, daqueles com jeitão de pombal, Barreto não precisou estudar engenharia para perceber que o trambolho não caberia no elevador. Passou no bar e convocou Zé das Couves e Pirulito para a empreitada via escada. E quem disse que o sofá dava curva? Só se fosse dobrável, o que não era o caso. Agora era uma questão de honra. A sala limpa, os amigos zoando, a criançada e a patroa na janela esperando o gigante. Foi juntando gente. Apareceu uma corda e amarraram o monstro para ser içado até a janela do 3º andar. Em baixo, Zé das Couves e Pirulito administravam a corda-guia dentro da capaci...