O primeiro amor

- Bora, Pedrinho, matar a última aula ou a gente vai pegar uma fila imensa.
- Tô indo, tô indo.
- Trouxe a garrafa de álcool?
- Não. Era a minha vez?
- A gente compra no caminho. Vito, você tem quanto? E você Edu?
- 0,80.
- 0,15.
- Caramba, só tenho 0,10. Dá. Feito. Não falei? Olha a fila na escada!
- Não vai dar tempo até a hora do almoço.
- Vai sim. É rapidinho, só tem moleque na fila. Talvez aquele velhote empaque na armação.
- Ele tem tempo sobrando, a gente pede para passar na frente.
- Abriu a cortina rosa. A fila tá andando.
- Já tô até pronto.
- Segura.
- O próximo! Os rapazes vão pagar com o quê?
- Chaveiro, Dona Gertrudes.
- Caneta...
- Eu vou pendurar prá próxima...
- Esses estudantes...Deixa eu ver se o material está limpo e desimpedido. Tudo bem. Faz logo o serviço que a fila já está lá na rua. Vem com a mamãe, vem. Upa, upa neném!!!
- Uhuuuu! Todo mundo feito? Agora correndo pro parque.
- Joga esse álcool logo antes que seque.
- Ahhhh!
- Minha vez. Ahhhh!
- Nossa Senhora, isso arde....uuuuiii!
- Amanhã matinê de novo?
- Eu vou.
- Eu trago o álcool.
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