Ainda Alagoas


Gaivotas na termal. Não pairo culpa. Até por que nada vejo. Evaporo entre uma nota e outra antes dos tons pastéis do céu nascer, antes do eu acordar sibila o som que tudo promete. Há de acordar algo antes da fatura, antes do cartão de crédito, antes de eu conseguir de meio olho escanear o ganho e a perda. De passagem, te foder.  Antes, antes, antes; depois, só dívida na quina da mesa. Do ontem, dos teus aqui, quisera amanhã um clique da paisagem. Eu não vejo culpa, só a bílis carente beijando pés. Não beijo pés. Nunca. Cravo meu petardo, rasgo o futuro com a inocência dos bravos, com o regurgitar dos fetos; com o ódio dos babacas mato o herói. Que me trucidem de urbanidade. Nada temo; tenho CO2 brotando dos poros e o zumbido dos insanos alimentando a carótida. Venci. Que caiam nuvens, que caia a conexão, que caiam maracujás e cajus na areia branca de Alagoas enquanto o mar lambe, goza e descansa a minha febre. Porque ninguém é o que pensa.

Comentários

Anônimo disse…
Deu arrepio, senti uma respiração mais nova ainda! Vinda das tuas paragens.

Brava!
Ida Vicenzia
Anônimo disse…
Como assim?
Nada de novo.
Tudo de novo.
Faça denovo.
Muito bom.
AH!lagoas.
Beijo.
Sammy.
Anônimo disse…
Pocha Catá, ocê tá tão zangada porquê?!
Você, sempre intensa e contundente... muito bom
my
Visceral. É Catarina na veia. Maravilhosa, como sempre.
Catarina Cunha disse…
Zanga nenhuma, só amor.
Unknown disse…
Li uma, duas, três....maravilha!
E ainda fiquei com vontade de quero mais...
Seu blog é uma sobremesa! Inevitável querer todo dia e pedir mais um pouquinho!!!
Ivo de Souza disse…
Bastante sugestivo!

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